Mesmo isolado na oposição, o vereador Júnior Bandeira mostra que é possível lutar contra irregularidades e usar a lei como arma em defesa da população
Em Conceição do Tocantins, cidade com pouco mais de quatro mil habitantes, um embate político tem ganhado contornos de resistência institucional. De um lado, uma base governista sólida, que aprova projetos do Executivo sem questionamento. Do outro, um vereador de oposição que não se cala: Júnior Bandeira.
Impedido de ver seus projetos avançarem pela maioria política na Câmara, Júnior optou por outro caminho — o da legalidade e da fiscalização séria. Tem recorrido ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas para denunciar práticas que, segundo ele, burlam os princípios constitucionais.
Sua mais recente representação aponta a omissão do Município em realizar concurso público, mantendo mais de 400 contratos temporários — número quase incompatível com o porte da cidade. “Não se trata de oposição por oposição. Trata-se de fazer valer o que está na Constituição”, afirma.
Mesmo com os limites de sua atuação parlamentar, o vereador tem se destacado como um dos poucos que desafiam a lógica do apadrinhamento político. Suas ações buscam corrigir distorções que afetam diretamente os mais pobres — justamente aqueles que não têm padrinhos, mas têm direito a disputar um cargo público de forma justa.
Na prática, Júnior Bandeira tem personificado a figura do fiscal da lei: ainda que politicamente isolado, é incansável na defesa do interesse público. Para muitos, é a esperança de que a política local ainda pode ser exercida com responsabilidade, coragem e compromisso com a população.
