Palmas - Tocantins
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Dia do Papiloscopista: saiba mais sobre os especialistas em identificação humana e investigações criminais

Atualmente, o Tocantins conta com 102 papiloscopistas em atividade

No dia 5 de fevereiro é celebrado o Dia do Papiloscopista, profissional da Polícia Civil responsável pela identificação humana nas áreas cível e criminal. No Tocantins, esses especialistas desempenham um papel crucial na emissão de documentos e na elucidação de crimes, utilizando técnicas avançadas de papiloscopia.

Atualmente, o Estado conta com 102 papiloscopistas em atividade. Ao longo do último ano, esses especialistas realizaram 280 identificações necroscópicas, além de análises de digitais e faciais. A atuação desses profissionais fornece respostas rápidas às famílias, agiliza investigações e garante a dignidade das vítimas, reforçando o compromisso da Polícia Civil com a justiça e a cidadania.

Com base na análise das impressões digitais e outras características biométricas, os papiloscopistas realizam exames papiloscópicos e necropapiloscópicos, fundamentais para a identificação de vítimas e suspeitos. Esses profissionais também são responsáveis por exames de representação facial humana e prosopografia, que permitem comparar, de forma objetiva e metodológica, os traços faciais de indivíduos a partir de imagens de câmeras de segurança ou fotografias.

Daniel Aguiar Solino é papiloscopista há 21 anos e atua no Núcleo Especializado em Controle de Cadastro Civil. Ele explica que é responsável pela gestão do banco de dados físico da instituição. “O trabalho de atualização dos dados civis é realizado aqui sempre que um cidadão vai a óbito. Também inserimos no sistema informações sobre fichas de identidade, criminais e afins. Já no processo de identificação civil, o papel do papiloscopista está relacionado à checagem dos dados coletados, verificando possíveis fraudes ou tentativas de obtenção de uma carteira de identidade já existente com outro nome”, detalha.

Mais que emissão de documento
Mariene Vaz, papiloscopista lotada no Núcleo Especializado em Papiloscopia, destaca que o trabalho desenvolvido vai muito além da emissão de documentos. “A identificação biométrica é a base para a cidadania e para a segurança pública. Quando uma pessoa faz sua carteira de identidade, ela deixa sua marca no sistema, o que pode ser determinante para sua identificação no futuro, seja para fins civis ou criminais. Aqui no núcleo, também recebemos e analisamos digitais de diversas cenas de crime. Nosso trabalho é essencial para identificar suspeitos e determinar a inocência ou culpa de uma pessoa por meio das digitais colhidas. Ver os resultados desse processo é extremamente gratificante ”, destaca.

Wiris Pereira Gloria é papiloscopista lotado no Núcleo Especializado de Exames Papiloscópicos e Laboratoriais. Ele é responsável pelas análises, em laboratório, de objetos retirados de cenas de crime. “Esse trabalho exige extrema atenção aos detalhes. Cada etapa requer cuidado para identificar digitais em objetos que possam contribuir com a investigação. Em alguns casos, conseguimos agir com rapidez e obter amostras suficientes para que o núcleo especializado em papiloscopia realize a análise. Esse é um trabalho integrado entre os núcleos, resultando em laudos que desempenham um papel fundamental no avanço das investigações”, detalha.

Cooperação em cenários adversos
A atuação dos papiloscopistas tocantinenses também ultrapassa as fronteiras do Estado. Em 2024, quatro profissionais integraram a equipe da Força Nacional de Segurança Pública no Rio Grande do Sul, auxiliando na identificação de vítimas das enchentes que devastaram diversas cidades. Trabalhando em conjunto com o Instituto Geral de Perícias gaúcho, a equipe do Tocantins utilizou técnicas especializadas para reavivar papilas dérmicas, agilizando o processo de reconhecimento e reduzindo a necessidade de exames de DNA. Além disso, colaboraram na emissão de documentos para os desabrigados.

No Tocantins, os papiloscopistas também desempenharam um papel essencial na identificação das vítimas do desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek (JK), que interligava os estados do Tocantins e Maranhão. O colapso da estrutura, ocorrido em dezembro de 2024, resultou na morte de 17 pessoas. O trabalho técnico dos especialistas permitiu identificar oito dos 14 corpos resgatados, por meio de exames necropapiloscópicos realizados pela força-tarefa montada nas proximidades da ponte.

A diretora do Instituto de Identificação do Tocantins, Elaine Monteiro Tonon, explica que os papiloscopistas são profissionais capacitados para atuar em cenários adversos, desde desastres naturais e crises ambientais até grandes tragédias e acidentes de alta complexidade.

“O trabalho dos papiloscopistas tocantinenses foi essencial para dar um conforto às famílias que aguardavam a identificação dos seus entes queridos nas tragédias. A rapidez e precisão do processo foram fundamentais para que os familiares pudessem dar um adeus digno aos seus entes queridos”, destaca Elaine Monteiro Tonon.

Para o superintendente da Polícia Científica, Edson Almeida, a atuação desses profissionais vai além do aspecto técnico. Trata-se de uma missão voltada para a dignidade humana. “O trabalho dos papiloscopistas é a base para a identificação oficial dos cidadãos, garantindo direitos e segurança para a sociedade. Seja na emissão de documentos, na solução de crimes ou no reconhecimento de vítimas em tragédias, esses profissionais demonstram, diariamente, sua importância para a justiça e a cidadania”, ressalta.

Ao longo dos anos, avanços tecnológicos têm aprimorado os processos de identificação, tornando-os mais eficientes e ágeis. Antes, a coleta de biometria era feita manualmente, com tinta e papel, um método mais demorado e suscetível a falhas. Hoje, com a digitalização desse processo, o atendimento à população tornou-se mais rápido e a comparação de dados biométricos mais precisa, permitindo que as análises sejam realizadas de forma automatizada e integrada a um sistema unificado.

“No Dia do Papiloscopista, a homenagem se faz necessária: são eles que, por meio da ciência, ajudam a dar identidade às pessoas e respostas à sociedade”, finaliza o secretário da Segurança Pública, Bruno Azevedo.

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