Há apenas 56 formadores certificados pela Confederação Brasileira de Futebol
Executivos do futebol brasileiro avaliaram que ainda há grande espaço no País para o crescimento de clubes formadores de atletas. Atualmente existem 778 clubes profissionais em atividade, mas apenas 56 são formadores certificados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
A situação desses clubes foi debatida nesta terça-feira (14) na Subcomissão Especial de Modernização do Futebol, a pedido do deputado Bandeira de Mello (PSB-RJ). Ele é o coordenador do colegiado, que funciona no âmbito da Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados.
Os clubes formadores atuam na identificação e preparação de jovens talentos no futebol. Para isso, têm que cumprir uma série de regras impostas pela CBF, como apresentar programa de treinamento, proporcionar assistência educacional e médica aos atletas e possuir instalações condizentes. Em troca, recebem uma participação nos futuros contratos dos atletas.
O vice-presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Mauro Silva, destacou a importância dos clubes formadores. “Tudo que eu sou, que eu consegui foi graças a um clube organizado, estruturado, com processo de formação integral focado no desenvolvimento humano”, disse Silva, campeão mundial com a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1994.
Mauro Silva e outros debatedores defenderam uma lei específica para o futebol, que trate da formação. Heloisa Rios, da Universidade do Futebol, entidade privada que estuda assuntos relacionados ao universo do futebol, propôs a criação de um grupo de especialistas para rever a legislação.
“O produto final seriam leis específicas para o futebol, ou nosso sonhado Plano Nacional de Desenvolvimento do futebol brasileiro”, disse Rios.
Integração
Durante a audiência pública, os debatedores também afirmaram a necessidade de integrar a formação de atletas a políticas sociais. Esse ponto foi destacado pelo secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor do Ministério do Esporte, Athirson Mazolli, ex-jogador do Flamengo (RJ).
Segundo Athirson, o trabalho social em comunidades pode ajudar a identificar novos talentos para o futebol. “Se a gente está pensando no esporte, em evoluir a base, temos que pegar na comunidade”, disse.
Os deputados presentes ao debate também reforçaram essa necessidade. O deputado Bandeira de Mello afirmou que é preciso aliar o trabalho dos clubes formadores com a área da educação.
“Talvez seja a questão mais importante que envolve o futebol brasileiro”, disse o deputado, que também coordena a Frente Parlamentar para a Modernização do Futebol Brasileiro. A frente é composta por 178 deputados e 21 senadores.
Fonte: Agência Câmara de Notícias