O Núcleo Aplicado de Minorias e Ações Coletivas (Nuamac), da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) de Palmas, lembra que é obrigação dos estabelecimentos públicos e privados darem condições de acesso, comunicação e circulação às pessoas com deficiência.
A orientação faz parte da campanha institucional que faz referência ao movimento “Setembro Azul”, mês de Conscientização e Valorização dos Surdos e da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Proposta pelo Nuamac Palmas, a campanha de interesse público visa chamar a atenção de todos e todas para a necessidade de inclusão de pessoas surdas. As publicações da campanha, realizada durante todo este mês, também apresentam as principais leis brasileiras que tratam de direitos e inclusão.
Segundo a coordenadora do Nuamac Palmas, Silvania Barbosa de Oliveira Pimentel, essa acessibilidade não se limita ao espaço físico, mas também abrange a comunicação e o acesso à informação, permitindo que as pessoas surdas possam interagir, consumir e utilizar serviços de forma autônoma e digna.
“Para isso é imprescindível a disponibilização nos estabelecimentos, especialmente os de grande circulação, como bancos, escolas, hospitais e repartições públicas em geral, de intérpretes de Libras, garantindo que elas possam se comunicar efetivamente com os funcionários e acessar os serviços oferecidos”, ressaltou.
Além dos intérpretes, o Nuamac Palmas destaca que capacitação de funcionários para o uso básico de Libras pode melhorar significativamente o atendimento, permitindo uma comunicação inicial até que um intérprete esteja disponível.
Adequações
Outra questão apontada pelo Núcleo é a sinalização dentro dos estabelecimentos que deve ser clara e visualmente acessível, utilizando símbolos, pictogramas e textos para orientar as pessoas surdas. Avisos sonoros, como chamadas em hospitais ou anúncios em bancos, devem ser complementados com painéis visuais ou displays de texto. Produtos e serviços também devem ser acompanhados de etiquetas, manuais ou vídeos em Libras, facilitando o entendimento por parte de pessoas surdas.
“A tecnologia é uma grande aliada na acessibilidade. As empresas podem oferecer aplicativos ou dispositivos que traduzam textos escritos em português para Libras ou que permitam a comunicação em tempo real entre clientes surdos e funcionários através de vídeos-chamada com intérpretes de Libras. É importante, também, que os sites e aplicativos desses locais sejam acessíveis, com vídeos em Libras e textos alternativos que descrevam imagens e sons”, reforçou Silvania Pimentel.
Conforme o Nuamac Palmas, garantir a acessibilidade nesses locais permite que pessoas surdas participem plenamente da vida social, eliminando barreiras que as excluem de atividades cotidianos, como fazer compras, utilizar serviços de saúde ou ter acesso à educação.
“Ao assegurar que os estabelecimentos sejam acessíveis, garante-se às pessoas surdas mais autonomia e dignidade, a fim de que não necessitem depender constantemente de intermediários para entender ou utilizar os serviços”, pontua a Coordenadora do Nuamac Palmas.
Fonte: DPE-TO