Mais de 20 milhões de brasileiros sofrem com algum tipo de arritmia cardíaca. Todos os anos, a doença causa mais de 320 mil mortes súbitas no país.
Apesar de compartilharem sintomas semelhantes, como palpitações e sensação de desconforto no peito, arritmias cardíacas e doenças emocionais como ansiedade e estresse são condições distintas que requerem abordagens diferentes para diagnóstico e tratamento.
“Arritmias cardíacas ocorrem quando há um problema nos sinais elétricos que regulam os batimentos do coração, resultando em ritmos irregulares”, explica a cardiologista especialista em eletrofisiologia Julianny Freitas Rafael. De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), esse descompasso afeta mais de 20 milhões de pessoas no Brasil, gerando mais de 320 mil mortes súbitas por ano.
Por outro lado, ansiedade e estresse são respostas emocionais a situações desafiadoras e podem provocar sintomas físicos semelhantes. Segundo o Ministério da Saúde, os transtornos de ansiedade afetam 9,3% da população brasileira, e o estresse é uma condição comum no mundo moderno. A pesquisa Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis (Covitel) de 2023 revelou que 26,8% dos brasileiros relatam sofrer com ansiedade, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta o Brasil como o país com maior prevalência do problema.
“A sensação de palpitações e batimentos acelerados pode ocorrer tanto em arritmias quanto em crises de ansiedade, o que pode confundir os pacientes”, explica a médica Julianny Freitas Rafael. “É fundamental que os indivíduos procurem orientação médica para um diagnóstico preciso.”
Identificação dos sintomas
A médica arritmologista destaca alguns diferenciais importantes:
– Arritmias cardíacas: são detectadas por exames específicos como eletrocardiograma (ECG) e monitoramento Holter, que registram a atividade elétrica do coração.
– Ansiedade e Estresse: são diagnosticados principalmente através de avaliação clínica e psicológica, considerando os sintomas emocionais e físicos relatados pelos pacientes.
A Dra. Julianny Freitas Rafael explica que sentir os batimentos cardíacos acelerados é um sintoma frequente de ansiedade. “Durante crises de ansiedade ou de pânico, os pacientes também costumam relatar tremores, suor excessivo, náuseas, tensão muscular, inquietação e dificuldades para dormir, entre outros sintomas”.
Quando buscar ajuda?
“O cuidado com a saúde deve ser o mais frequente que a pessoa conseguir. Fazer aquele tradicional check-up anual pode ajudar a identificar doenças precocemente”, alerta a Dra. Julianny. A médica arritmologista ainda orienta que, caso as palpitações sejam frequentes e acompanhadas de outros sintomas, o indivíduo deve buscar orientação médica.
Tratamentos e cuidados
“O tratamento para arritmias pode incluir medicamentos, procedimentos como ablação por cateter e, em alguns casos, implante de marca-passo”, explica a cardiologista especialista em arritmias cardíacas. “Já para ansiedade e estresse, terapias comportamentais, técnicas de relaxamento e, se indicado, medicação ansiolítica são eficazes. Neste caso, um psiquiatra poderá fazer a melhor indicação de tratamento”.
Entender as diferenças e buscar tratamento adequado para cada condição é essencial para o bem-estar geral. “Nunca ignore sintomas de palpitações ou desconforto no peito – consulte um especialista para um diagnóstico correto e tratamento adequado”, aconselha a Dra. Julianny Freitas Rafael.
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